É um dos deveres fundamental do ser humano, que é racional procurar prudentemente informar se autenticamente a realidade da sua própria natureza, para melhor compreender os elementos fundamentais que constroem a sua natureza humana. Esta visão mostra-nos que a verdadeira realidade da vida humana não é orienta pelas doutrinas mas sim pela verdade.
A vida humana compreende o conjunto dos elementos que constroem o processo vital que pode ser conduzido para o progresso, ou anacronismo do ser de uma determinada pessoa humana, dependendo inteiramente das próprias capacidades seja física ou mental que podem garantir autenticidade das suas convicções; e os meios que o seu ambiente lhe oferece. Antes de nos lançar mais para o além em relação à diferença existente entre ações humanas e ações do homem vamos analisar a origem da vida da pessoa humana num contexto cingido e profundo isto porque; praticamente sem vida não há nenhuma ação que homem pode realizar e obviamente onde não há a vida humana também não há ação do homem assim como ação humana.
Esta cientificamente reconhecida de que o poder do inconsciente do individuo ou de um determinado ser humano começa a se construir antes do seu nascimento. Em conexão com esta visão da origem da vida humana O Lepp salientou que; do mesmo modo que o corpo da criança vai tomando forma, progressivamente no útero materno, assim a psique ou a alma também tem seu período uterino da sua existência.[1]É neste período que a natureza espiritual da pessoa humana se desenvolve em coordenação com a sua natureza física. Contudo é relevante reconhecer que o ser humano possue três partes fundamentais que são alma que é o centro da vida, o espírito que constitui o centro da inteligência humana e o corpo físico. E é na base da unidade desses elementos que se construí o corpo vital de um determinado ser humano. Em conexão com o ponto de união entre o corpo e alma O Allan Kardec salientou que a união entre o corpo e alma começa na concepção, mas não-se completa, e só vai se completar no momento de nascimento. Desde o momento da concepção o espírito designado para tomar determinado corpo a ele se liga por um laço fluídico que se vai encurtando cada vez mais, até o instante em que a criança vem à luz ... e entra no número dos seres vivos.[2] Por outro lado à visão do Kardec é muito platônica, pessoa humana não se enquadra na lista dos seres vivos somente depois do seu nascimento mais antes do seu nascimento, visto que o nascimento é a realização de uma das fases do desenvolvimento ou progresso da vida humana ou pessoa humana no seu geral. Isto quer dizer mesmo no período da concepção uterina o individuo está na lista dos seres vivos, porque tem vida e é a partir de tal vida que ele vai cumprindo ou seguindo o seu processo de desenvolvimento até a fase do seu nascimento. E nada se completa nesta fase, visto enquanto vivo ele continua incompleto e vai buscando se completar ou ser perfeito por meio de seu processo de desenvolvimento que vai até o dia da sua morte.
Para que o individuo esteja autenticamente dentro ritmo expectivo do progresso do ser humano é necessário que haja o equilíbrio dinâmico no desenvolvimento assim como no funcionamento dos elementos acima mencionados. E é por meio desse equilíbrio que a pessoa estará mais inclinada na realização das ações humanas evitando assim o super inclinação nas ações dos homens. É real reconhecer que não tem como um ser humano privatizar-se das ações do homem para somente se restringir nas ações humanas, visto que as tais ações são de caráter natural e centram na sua própria natureza. As ações humanas, embora também tenham a sua base no poder natural do ser humano; mas nem todo ser humano tem esse poder de julgar e analisar as coisas no contexto autêntico e objetava. Assim, devido esta limitação que os seres humanos sofrem devido à fragilidade da natureza deles, o maior número das pessoas passam todo tempo das suas vidas realizando mais ações do homem e poucas ações humanas.
Na maioria dos casos, a violência é usada como meio para o alcance da justiça dentro de uma determinada sociedade onde prevalece a injustiça; mas não é humano utilizar a violência como meio para o alcance da justiça dentro de uma determina da sociedade. É digno e humano centrar no dialogo como fonte preponderante para o alcance da justiça dentro de uma determinada sociedade onde predomina a injustiça ou opressão de qualquer natureza. Praticamente o uso da violência, como solução de busca de justiça gera o problema acima de um outro problema; e isso resulta numa confusão de natureza caótica, beset ou Deus-nos-acuda. Moçambique por exemplo; é um dos países africanos que sofreu bastante, de guerras contra a dominação colonial assim como a guerra civil que no total cobriu 16 anos de conflitos. O partido da oposição por recorrer à violência como meio para o alcance da justiça criou problemas acima de outros problemas, no caso do atraso do desenvolvimento econômico, intelectual, social, político e moral.
Então ações do homem envolvem todas as ações que nós realizamos sem nos perguntarmos por que é que nós realizamos as tais ações, é o exemplo delas amor, ciúme, inveja, respiração, descriminação, ódio, em geral são ações instintivos e fisiológicos. Enquanto que as ações humanas têm a sua base na consciência, eles surgem como resulto da ação do julgamento racional. É digno o que está sublinhado de que human acts are imputable to man, so they envolve his responsability for very reason that he puts them forth deliberately and with self-determination. Moreover, they are not subject to physical laws which necessitate the agent, but to law which lays on the free- will under obligation which has no any interference with his freedom of choice. Besides, they are moral.[3] (As ações humanas são irrefutaveis para o homem, e têm uma responsabilidade centrada na consciência da pessoa que realiza as tais ações, por esta razão ela realiza deliberadamente e com determinação pessoal. Neste caso, ações humanas não são sujeitas a leis físicas que necessita o sujeito, mas as leis centradas na livre vontade e como dever que não tem qualquer interferência com a liberdade da escolha). Em geral ações humanas são aqueles que nós realizamos livremente e conscientemente na base da prudência e sabedoria. São ações que nós realizamos voluntariamente e convictos em justificar, por que é que nós realizamos as tais ações e quais são as suas conseqüências. Com essa visão as diferenças entre ações humanas e ações do homem tornam muito claras, e transparentes, e isso mostra-nos que a vida humana em si, não tem doutrinas, mas é o homem que cria doutrinas para impor dentro da sua própria vida. Neste caso as doutrinas são o resultado das ações do homem, isto quer dizer elas não fazem parte das ações humanas. Em relação às doutrinas atualmente muitas pessoas são abusadas, exploradas economicamente assim como moralmente e espiritualmente por meio de doutrinas religiosas, mas isso tudo é devido à ignorância, inocência ou pobreza intelectual. E devido a isso nas nossas sociedades predominam mais ações dos homens em vez das ações humanas. As pessoas deixam a serem manipuladas facilmente pelas doutrinas religiosas esmagando assim o espírito da fidelidade pela afirmação autêntica das verdadeiras realidades das suas vidas. Em conexão com essa visão Matthew sublinhou que estamos dentro duma cultura que não nos ensina a lidar com os sentimentos dolorosos e numa Igreja que freqüentemente nos ensina que a verdade está na Bíblia, no papa, nos pastores ou padres, nos sacramentos-em todos os lugares menos dentro de nós mesmos. A religião é freqüentemente ensinada como um sistema de controle, de regra, de rituais, de ideais - de obrigações. É muito fácil se nos orientar com esse tipo de crenças ou doutrinas para esmagar o processo da nossa vida, pensando ao mesmo tempo que estamos sendo bons cristãos, crédulos ou religiosos no seu geral.[4] Em relação a isso, uma mulher disse que odeia bastante ler as cartas de são Paulo apostolo que fala sobre a conduta ou relacionamento entre as mulheres casadas com os seus esposos; visto que está muito acentuado a submissão ou servilismo das mulheres nas suas relações com os seus esposos. E a qualquer momento em que ela é escolhida para fazer leitura das tais cartas dentro da Igreja, ela passa a leitura para outra pessoa. Mas ela não podia estar ameaçada pelas cartas de São Paulo, porque não é a visão de são Paulo, que define o verdadeiro ser de uma determinada mulher, mas sim a natureza da mulher em si, é que define o verdadeiro ser da mulher. Neste caso a mulher deve ser livre em seguir as suas convicções e também deve ser fiel a sua própria natureza, ela deve analisar, julgar e criticar objetivamente as realidades que compõem o ser da mulher, para melhor descobrir os elementos fundamentais e objetivos que constroem o ser autêntico de uma determinada mulher. Em geral a vida humana não é orientada pelas doutrinas é por isso que, quando as doutrinas prevalecem dentro das nossas sociedades ela é ameaçada. Atualmente, se levanta a visão de que o cristianismo devido as suas doutrinas, não há favoritismo no crescimento da população que professa a sua fé, ao contrario o muçulmanismo, as suas doutrinas promove a poligamia à coisa que garante um crescimento rápido da população que professa a fé muçulmana. Contudo este assunto não constitui como elemento fundamental deste trabalho, mas era somente para que as doutrinas estão na linhagem das ações do homem e não ações humanas.
Atualmente, com o desenvolvimento intelectual e da civilização humana, a igualdade dos elementos que compõem a espécie humana torna-se cada vez mais o pano de fundo. É relevante reconhecer que nas áreas políticas e sociais de alguns países que não prevalece o domínio das doutrinas religiosas nas áreas políticas e sociais apresenta-se com uns progressos notáveis no contexto de valorização das mulheres. Por outro lado à situação torna-se preocupante nas religiões, especialmente nas religiões onde o espírito do radicalismo notavelmente no caso de catolicismo e muçulmanismo. As mulheres embora, apresentassem-se com um número notável nas tais religiões, elas não podem exercer qualquer função ou exercício de elite dentro das tais religiões. Concluindo, eu saliento que é importante ativar nas nossas mentes aquilo que foi dito por Buda de que, gods may exist, but they can`t help us or do anything for us so there is no point in worrying about them, praying to them or looking to them for any aid. We humans know that we exist here and now so we need to worry about how to best live or our lives here and now, let the gods if there are any, to take care of themselves.[5] (os deuses podem existir mas eles não podem nos ajudar a fazer qualquer coisa para nós, por isso não há razão de passar todo tempo rezando para a eles,ou procurar, eles para nos dar qualquer ajuda. Nós, seres humanos sabemos que existimos aqui e agora, assim nós precisamos de nos preocupar em como é que podemos melhorar a vida ou a nossa vida aqui e agora, deixa os deuses existirem se existir algum para tomar o cuidado deles mesmos.) Esta visão soa com uma realidade ateu, mas numa visão critica, analítica e objetiva descobri no seu fundo de que não podemos nos limitar em crenças ou doutrinas para resolver as dificuldades de natureza humana, vamos partir na base das nossas convicções enraizada nosso estilo da vida, e daí busquemos os valores que garantem a melhoria das nossas vidas. Assim descobriremos que na verdade, a verdadeira realidade da vida humana não tem doutrinas.
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INTERDISCIPLINARIDADE E A IDENTIDADE DA TEOLOGIA
INTRODUÇÃO
Dentre os vários assuntos que nós tratamos ao longo do semestre, a busca da afirmação do caráter científico da teologia no universo das outras ciências foi um dos assuntos fundamentais do nosso curso. Notamos que este constitui um dos grandes desafios para os que buscam afirmar autenticidade do caráter científica da teologia no universo das outras ciências. Porém, é inquietante a necessidade da teologia em desafiar-se pela conquista do espaço científico hoje, visto que ela foi considerada como a primeira ciência no universo das outras ciências, especialmente no período medieval em que ela foi vista como a “rainha das ciências”. Este trabalho tem a finalidade de buscar mostrar como é que a teologia pode afirmar o seu caráter científico no universo das outras ciências; e apontar os elementos que causaram a “exclusão” da teologia na lista de classificação das ciências. A iniciativa da busca de afirmação do caráter científico da teologia, parte na definição da teologia como um discurso, um saber, uma ciência que tem como finalidade o estudo de ou sobre Deus[1]. Com isso nós vamos refletir sobre assunto apresentando os meios possíveis que possam garantir à teologia oportunidade de afirmar o seu caráter científico no universo das outras ciências.
CAUSAS DA EXCLUSÃO DA TEOLOGIA NO UNIVERSO DAS OUTRAS CIÊNCIAS
Na idade média a teologia foi tratada na base das convicções políticas e religiosas, portanto no seu caráter sobressaia mais o poder institucional do que científico. Devido a isso, ela foi vista como área do conhecimento privado, subjetivo; visto que, em vez de formular pretensões de uma verdade universal ou experiência humana comum, valorizou mais uma forma de reflexão que acontece dentro dos limites de tradições religiosas particulares.[2] Ela teve pouca ênfase de busca e renovação do seu saber por meio das metodologias consideradas objetivamente científicas, este foi uma das causas que favoreceu o fracasso da conservação do seu caráter científico em relação às outras ciências. O poder institucional que prevalecia no saber teológico manifestava implicitamente a tendência de não acreditar a visão de que conhecer é melhor do que ignorar. Com isso ele ignorou também o valor da abertura para a renovação do seu saber ou conhecimento, limitando se no saber absolutista. Estes constituíram como grandes obstáculos no nível do desenvolvimento de novas metodologias que deveriam conservar autenticidade do caráter científico da teologia no universo das outras ciências.
Contudo, a iniciativa da renovação do conhecimento é fundamental para o progresso de todas as áreas do conhecimento científico, para isso a liberdade intelectual é essencial neste processo. A iniciativa da renovação do saber teológico seria realizada na base da capacidade da destacar, sob a forma de um questionamento particular, daquilo que constitui obstáculo no progresso do pensamento, e isto é fundamental porque é pela liberdade do pensamento que permite o saber científico a ser reconstruído e renovado a cada momento.[3] Esta visão torna-se clara a partir daquilo que Japiassu realçou de que “o livre empreendimento intelectual assume como programa a conquista do presente e a edificação do futuro.” [4] Entretanto, a necessidade do livre empreendimento intelectual direcionada para a renovação das metodologias dos estudos teológicos, é fundamental para teologia no seu processo de conquista do universo científico. Contudo, a conquista do caráter científico da teologia dependerá principalmente do esforça intelectual dos teólogos na base da abertura para o espírito de interdisciplinaridade; tendo em conta a necessidade da previsão do caráter evolutivo do universo e o dinamismo da natureza humana. Este esforço eliminará o prevalecer das limitações históricas que fizeram com que a teologia fosse vista como área do conhecimento privado.
Por outro lado, com o desenvolvimento intelectual e tecnológico que se verificou nas outras áreas do conhecimento, favoreceu o surgimento das outras ciências humanas, que estão na altura de responder as preocupações da existência humana, que inicialmente competia o saber ou conhecimento teológico. E isso contribuiu para a redução da credibilidade do poder teológico no contexto de garantia das respostas das questões que inquietam o ser da existência humana. Além disso, com o progresso científico das ciências modernas no caso da geografia, física, mecânica garantiu uma grande mudança da mentalidade das pessoas especialmente na compreensão do universo. A descoberta científica da realidade do universo e as leis que regem os seus movimentos deram a origem de uma visão cética e cautelosa em relação aquilo quilo que a Bíblia afirmava ser verdadeiro. Com isso a visão bíblica que afirmava que a terra era o centro do universo, ficou reprovada dando assim origem de uma nova visão heliocêntrica (o sol centro do universo).
Contudo, a busca da identidade científica da teologia deve basear-se no desenvolvimento de novas metodologias abertas para uma visão objetiva na orientação dos seus estudos, para que o objeto do seu estudo não seja limitado em oferecer respostas das preocupações humanas na base de uma visão institucional, mas sim geral e objetiva. Ela não pode procurar se definir como uma ciência cristã e nem como uma ciência que tem por finalidade da clericalização da universalidade teológica. Ela precisa buscar responder as dificuldades assim como os desafios da existência humana no mundo por Deus e em Deus pelo mundo[5]. A teologia necessita eliminar o seu espírito de restringir-se a igreja, a fé a interioridade para procurar com todas as verdades a verdade de todo, que tem como a finalidade de salvar o mundo no seu todo. Mostrando que é fundamental compreender que Deus está neste universo, e este universo está em Deus, e ao mesmo tempo Ele é maior que o mundo.[6] A fé na base das suas virtudes cardeais deve conscientizar o teólogo para que ele compreenda com transparência e sem receio os valores do progresso científico, isto para que o cientista também respeite e reconheça igualmente os valores que a fé oferece na vida humana, para juntos orientarem-se na busca das respostas dos desafios que ameaçam o ser e a existência digna das pessoas humanas. Portanto o teólogo assim como cientista devem estar consciente de que o conhecimento teológico tanto como científico funcionam na base das capacidades humanas, é por isso que o conhecimento científico assim como o saber teológico são limitados na natureza da capacidade humana que os orientam. Portanto, elas devem ser vistas como o produto da força humana e que nem a ciência e nem a teologia pode se considerar superior a outra. Neste caso, o teólogo não deve estar muito preocupado com a conquista da teologia no universo científico, mas ele deve se preocupar na busca da compreensão e afirmação daquilo que a teologia contribui de uma forma especial para existência digna da pessoa humana que as outras áreas do saber não estão na altura de fazer.
INTERDISCIPLINARIDADE E A IDENTIDADE DA TEOLOGIA
A interdisciplinaridade é uma das formas que levará a teologia a definir novas metodologias, seguidas pelas outras ciências no seu geral. Este será a oportunidade para o teólogo dialogar e colocar-se aberto para estar em coordenação com os especialistas das outras ciências e procurar buscar as soluções para o problema da decadência científica. Husserl observou na década 30 que as ciências estão em crise, não em relação os notáveis resultados teóricos e práticos que elas têm alcançados e os seus respectivos limites, mas sim nas maneiras pelas quais as ciências são conduzidas, envolvem uma negligencia renúncia das questões que são decisivas para uma humanidade genuína. A capacidade de discussão dos valores foi em geral perdida na sociedade; e mesmo nas disciplinas histórico-humanas.[7] É digno afirmar que namaioria dos casos não é muito evidente o prevalecer do caráter objetivo no mundo das ciências humanas. Todavia, em relação o assunto que foi apresentado por Husserl, seria fundamental para os teólogos assim como os especialistas das outras ciências, procurarem com objetividade as soluções que possam superar o desafio notado, para que o progresso científico não possa ser vista como algo que atemoriza o ser e a existência digna da pessoa humana; dado que todos os conhecimentos tornam-se útil quando os seus valores contribuem em certo sentido para a garantia da existência digna da vida humana dentro do planeta.
No processo de interdisciplinaridade é fundamental para a teologia assim como as outras ciências procurar criar uma visão objetiva dos seus estudos, que possa garantir o estabelecimento de um princípio autêntico, para a definição de novas metodologias que favoreça a garantia das normas éticas para a orientação dos seus estudos. Visto que, pensar ou comportar-se racionalmente é escolher e decidir de forma não arbitrária, mas de acordo com as normas e critérios, por isso a busca da objetividade nas ciências humanas é fundamental porque a intersubjetividade pressupõe a objetividade[8]. Nesta perspectiva, a teologia deve procurar relacionar-se com as outras ciências humanas, não somente no uso de metodologias, mas também no contexto de procurar mostrar que os fatos e valores se misturam no processo de busca dos conhecimentos.[9] Em relação à objetividade científica a teologia deve sublinhar que a existências de seres racionais com os mesmos poderes e direitos de avaliar e decidir é a condição básica para a existência de uma verdade ou um mundo objetivo. E também mostrar que, é partir da capacidade do pensamento e liberdade de discernimento que os seres humanos podem chegar num acordo, ou numa consciência de que existe algo que nos transcende[10].
Entretanto, a conquista do caráter científico da teologia no universo das outras ciências deve basear na abertura do horizonte no sentido de procurar compreender a realidade do mundo como todo, não só pela fé cristã ou muçulmana, mas sim pela busca de explicitação dos valores e finalidades de diferentes crenças, ou religiões numa visão objetiva. Por isso, ela precisa procurar sempre manter-se na dinamicidade da interpretação dos valores objetivos da fé, e mostrar a sua contribuição para a existência humana, tendo em consideração de que o dinamismo da mentalidade humana e do mundo em si, precisa de uma sabedoria aberta e objetiva para responder as suas respectivas demandas. A teologia não pode se centralizar em Deus que providencia tudo, mas sim no Deus que nos garante a força de refletir de uma forma autêntica acerca da realidade da vida e do universo, para melhor compreender os grandes desafios, e nos colocarmos na tentativa de conquista das suas respectivas soluções. O diálogo da teologia com as outras ciências e a sua compreensão do progresso dinâmico do ser humano nas suas diferentes dimensões, deve ser a condição básica para o teólogo valorizar o sentido do caráter dinâmico na definição do seu conhecimento assim como do seu objetivo. Esta convicção fica reforçada por aquilo que, Hans salientou que a ciência e “teologia devem estar em mútua consulta para se enriquecerem e procurar considerar a realidade como um todo, em todas as suas dimensões.” [11]
A teologia precisa agir com objetividade e transparência no universo das ciências, para desempenhar a função de fazer o cientista assim como o sábio confessar os seus motivos inconfessáveis.[12] A partir desta visão a teologia deve sentir-se obrigada a sair do magistério para dispor-se no universo das outras ciências de uma forma objetiva para ser conhecida e ela por sua vez conhecer as metodologias das outras ciências e os seus respectivos objetivos. Com esta convicção a teologia afirmará a sua identidade que se manifesta essencialmente, como a fé que procura compreender-se a si mesma e fazer-se compreender pelos outros.[13] Contudo, a iniciativa de interdisciplinaridade é fundamental para a teologia no seu processo de busca de afirmação do seu caráter científico no mundo das outras ciências; visto que a ciência também pode ser definida como um sistema de relações, porque é nas relações que se deve procurar a objetividade e seria inútil procurá-la nos seres considerados isoladamente uns dos outros[14]. É com estabelecimento das relações com as outras ciências que ela irá coordenar-se com elas, para abrir o horizonte da visão humana para compreender os riscos e “as conseqüências do analfabetismo científico que se manifesta de forma mais perigosa em nossa época do que em qualquer outro período anterior.” [15] Na consciência deste desafio o mundo científico deve sentir a necessidade de procurar novas metodologias que possa favorecer o progresso técnico científico não como algo de ameaça a vida humana, mas sim como a fonte de sustento da sua existência dentro do planeta.
Por outro lado a teologia ao analisar a finalidade das religiões, deve enfatizar a tarefa de apontar, empenhar criticamente e reconfigurar de forma criativa as dimensões de sentido das tradições religiosas. Ela deve se situar no interior das disciplinas humanistas que procuram definir e estudar o que nós conviemos em chamar de religiões e explorar as fontes, idéias centrais, funções das crenças e a sua respectiva relação com o dinamismo da natureza humana.[16] Por outro lada é fundamental para o teólogo analisar de forma crítica e objetiva o objeto do seu estudo, na base da renovação do seu saber assim como as suas metodologias. Isto quer dizer o teólogo antes de procurar afirmar o caráter científico da teologia deve definir com autenticidade o objeto do seu estudo.
Conclusão
Ao longo deste trabalhado está ressaltado que a interdisciplinaridade é uma das fontes fundamentais que pode orientar o saber teológico na busca das respostas dos desafios da existência humana assim como afirmação do seu caráter científico. E a liberdade do pensamento na parte dos teólogos deve ser indispensável para garantir as reflexões abertas para a previsão da realidade do dinamismo da natureza humana e o futuro do universo. As ditas reflexões serão as fontes fundamentais da renovação das metodologias teológica para o sustento do seu progresso e a respectiva afirmação do seu caráter científico no universo das outras ciências. Neste caso, é importante para a teologia colocar se aberta e procurar compreender os valores dos outros saberes presente nas outras áreas do conhecimento. Portanto, ela deve dar liberdade às outras áreas do conhecimento para que elas também compreendam o verdadeiro objeto do seu estudo. Com isso, a sua afirmação do seu caráter científico será conquistada na perspectiva de busca de um saber processual aberto para a previsão da realidade evolutivo do homem e do universo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Borgman, Erik; Wilfred, Felix. (Org.) Concilium Revista internacional de teologia: Teologia Num Mundo de Especialização. Rio de Janeiro: Vozes, Nº 315- 2006/2.
Cláudio, Luis; Figueiredo, Mendonça [et al]. Epistemologia, Metodologia Ciências Humanas em Debate. São Paulo: Educ-puc, 1988.
[1] Cf.Libanio, J. B; Murad, Afonso. Introdução à Teologia: Perfil, Enfoques, Tarefas. 4ª Ed. São Paulo: Loyola, 2003.p.62.
[2]Cf.Borgman, Erik; Wilfred, Felix. (Org.) Concilium Revista internacional de teologia: Teologia Num Mundo de Especialização. Rio de Janeiro: Edição Vozes, Nº 315- 2006/2. P.21.
[5]Cf. Moltman, Jürgen. Ciência Sabedoria: Um diálogo entre Ciência Natural e Teologia. São Paulo: Loyola, 2007.p.21.
[6] Cf. Kung, Hans. O PRINCIPIO DE TODAS AS COISAS: Ciências Naturais e Religião. Rio de Janeiro: Edição Vozes, 2007.p.150.
[7]Cf.Disponível emhtt://www.scielo.br/scielo.ph?pi=s167831662009000400010&script=sciarttex. A cesso em 02/06/2011. O texto desta referência trata da questão de ciências e valores, é neste contexto que a observação do Husserl é apresentada como uma das referências do texto.
[8]Cf. Cláudio, Luis; Figueiredo, Mendonça [et al]. Epistemologia, Metodologia Ciências Humanas em Debate. São Paulo: Educ-puc, 1988.p.18.
[9] . Cf. Trata-se da observação notada durante a aula do dia 16.05.2011, que se tratava sobre ciências e valores.
[15]https://allmirante.blogspot.com/2008/05/o-significado-do-corte-epistemologico.html. Acesso em 01/06/2011. Neste texto o autor trata o assunto do corte Epistemológico, ele faz a comparação de visões proveniente dos vários pensadores, e dentre eles a visão do Nietzsche é mencionada para destacar os riscos que se levantam devido o analfabetismo científico que faz parte da realidade do mundo técnico científico.